sexta-feira, 27 de maio de 2011

Bette Davis Eyes

Uma coisa que eu adoro é gente com uma cara natural de desprezo. Gosto mesmo. Tipo Bette Davis com aqueles olhos. Mesmo em um momento simpatia pura, ela ainda te encara fazendo você se recolher à sua menos-que-insignificância.
Quem dera eu ter um rosto desses. É muito útil. Sempre tem aquela galerinha bonita que mede o próprio espaço te olhando. Vê, de alguma forma, em alguma parte de você, aquele espaço que você não cedeu e vai logo usando uma fórmula de aproximação social tosca. Numa hora dessas, tudo que você quer no mundo é não parecer legal. Não para essa parte da humanidade.
O rosto Bette Davis afasta gente desnecessária. Nem precisa fazer esforço. Como diria Kim Carnes, ela sabe o que é preciso para fazer um profissional corar. Com esse olhar, você tira umas fotos enquanto olha algo desprezível por aí. Coloque nas redes sociais, coloque na vida e seja feliz. É.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Just a little (mutual) respect


Estou suspeitando que o tema “respeito” anda muito contraditório. Eu entendo e concordo com a evolução natural da humanidade em aceitar diferenças, principalmente quando se trata de religiosidade, sexualidade e afins. O que não entendo é essa tendência de respeito unilateral.
Agora parece que virou moda pedir compreensão e/ou aceitação, tanto para si mesmo quanto para algo em que se acredita, mas quase ninguém respeita a posição da outra pessoa em não ser igual ou não acreditar. Onde é que foi parar o ‘mútuo’? A reciprocidade?
O mais legal é que essa gente bonita e sensata não percebe como perdem toda a razão dizendo coisas como “você deveria respeitar mais (insira aqui o alvo de respeito), seu filho da puta retardado”. Queridos, coerência mandou lembrança.
Creio que nem preciso dar um exemplo mais específico, o modelo é bem básico e facilmente encontrado por aí. Parece que todo mundo resolveu sair citando Aretha Franklin ao mesmo tempo. Eu prefiro meu título-paráfrase.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Chifres


Eu acho bizarro ver criança sendo ensinada a acreditar em coisas que ela não entende. Por mais difícil ou improvável que seja ver o contrário na prática, eu realmente não gosto disso. Um individuozinho que não tem nenhum discernimento das coisas, não consegue nem definir a palavra religião ainda, como poderia afirmá-la por si só?
Dia desses, um menino de quatro anos, enquanto come um chocolate, vira para mim e diz que o desenho da embalagem não é de Deus. Eu olhei bem para o que ele estava apontando, sem ver nada demais, e perguntei o porquê. Aí ele me responde “O boneco tem chifres, isso é do diabo”. Preciso explicar minha cara de espanto em ouvir aquilo de alguém daquele tamanho? Ele apenas continuou comendo o chocolate, sem demonstrar ter, de verdade, alguma noção do que estava dizendo.
Por essas e outras é que sou contra inserir qualquer tipo de ideia assim antes de certa idade. Crianças precisam pensar coisas de acordo com sua capacidade de compreensão ou os efeitos ficam mais ou menos como aparece naquele vídeo do menino que matou o passarinho. E elas ainda crescem com essas coisas enraizadas na mente e não irão questioná-las por muito tempo, ou talvez nunca.
Batismo é outra coisa que só deveria ter validade quando a pessoa já está adulta e certa - ou pelo menos achando que está - do que pensa. De que adianta jogar uma água qualquer na cabeça de um bebê e dizer que a partir daquele instante ele está iniciado em tal religião? Isso garante que ele será assim para o resto da vida, por acaso? Se garantisse, eu não estaria aqui escrevendo isso.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Da série: editando a vida

Aí que você muda de ideia. Aí que você já falou uma coisa antes com extrema convicção e pseudo-conhecimento de causa. Aí que você quer desfalar, mas não não dá mais. Aí que você se frustra. Aí que você se chama Maiara, prazer.

P.S. Voltei para isso aqui? Não sei. Veremos. Tenham paciência comigo.